Uma pessoa morreu depois de cair do viaduto da Rodoviária do Plano Piloto. Segundo a Secretaria de Saúde do DF, a morte aparentemente não tem relação com a manifestação.
Entre 35 mil e 40 mil pessoas, segundo a PM, se reuniram na Esplanada dos Ministérios para protestar contra o preço das passagens de ônibus, os gastos com a Copa das Confederações, a corrupção e as condições da saúde e educação, entre outros temas.
Como as manifestações continuavam pelo DF no momento da divulgação do balanço, o número de presos e feridos pode aumentar. A maioria dos atendimentos médicos ocorreu por irritação e dificuldades respiratórias provocadas por gás lacrimogêneo.
Dentre os feridos estão pelo menos dez policiais militares agredidos com pedradas e outros objetos. Um bombeiro se queimou ao ser atingido por fogos lançados pelos manifestantes. Nenhum dos feridos está em estado grave, segundo as informações divulgadas pela Secretaria de Segurança.
O comandante-geral da PM do DF, Jooziel de Melo Freire, lamentou o vandalismo praticado no Palácio do Itamaraty. Manifestantes lançaram objetos contra a fachada de vidro do palácio, fizeram fogueiras e tentaram invadir o prédio.
Segundo ele, a PM usou spray de pimenta, bombas de efeito moral e gás lacrimogêneo, mas não utilizou balas de borracha em nenhum momento da ação. No entanto, o Samu havia informado que pelo menos duas pessoas haviam sido atingidas por balas de borracha.
“Nosso objetivo é sempre evitar o confronto. Não queremos contato físico e não queremos machucar nem os vândalos, nem os manifestantes”, disse.
Confronto entre manifestantes e policiais durante protesto em Brasília (Foto: Dida Sampaio/Estadão Conteúdo)
Duas das três pessoas presas pela PM são integrantes da manifestação que chegaram a invadir o Itamaraty. A outra foi detida quando tentou agredir policiais que faziam cordão de isolamento em frente ao Congresso Nacional.
“Há um grupo minúsculo de vândalos, agressores, que tem colocado em risco a própria integridade física dos manifestantes. Os manifestantes que são pacíficos vão ter essa consciência de que as forças de segurança vão expelir esses vândalos que se infiltram para cometer atos de violência e agressão”, afirmou o secretário de Segurança, Sandro Avelar.
Para o secretário, é possível que os manifestantes mais agressivos tenham sido “infiltrados” para deslegitimar os protestos. “Acho que pode, sim [ter gente infiltrada]. Temos que investigar os perfis das pessoas que estão fazendo essas batalhas.”
Sandro Avelar afirmou que, apesar dos atos no Itamaraty, a avaliação é de que a manifestação, em sua maioria, foi pacífica. “O tipo de baderna, o tipo de ato de violência que está acontecendo em todo o Brasil é muito diferenciado ao que está ocorrendo no Distrito Federal. É importante não nutrir no imaginário que a PM está agindo com violência. Em Brasília a polícia está sendo 100% comedida na sua atuação.”
Protesto
A manifestação teve início pouco antes das 17h. O grupo se concentrou em frente ao Museu Nacional de Brasília e seguiu pela via N1 do Eixo Monumental até o Congresso Nacional. Pouco antes das 20h, manifestantes e PMs entraram em confronto.
A Polícia Militar teve de usar spray de pimenta e bombas de gás lacrimogêneo para tentar conter uma minoria que lançava rojões, sinalizadores, pedaços de madeira contra os policiais e faziam fogueiras no gramado em frente ao Congresso. Um manifestante que atirou um cone nos PMs e foi preso. Ele foi contido e levado para a viatura da Polícia Legislativa.
A Polícia Militar montou três cordões de isolamento. Um helicóptero da Polícia Militar sobrevoava a baixa altitude a multidão, iluminando os manifestantes.
Eles ocuparam as rampas do Itamaraty, lançaram objetos contra a fachada de vidro do palácio, fizeram fogueiras e pressionaram para entrar.
Policiais que estavam no interior do prédio saíram pelas duas rampas usando extintores de incêndio e spray de pimenta para obrigar o grupo a recuar.
Alguns manifestantes chegaram a invadir o palácio, mas foram repelidos. Outros entraram no espelho d'água e subiram na escultura "Meteoro". Alguns usaram a escultura como "trampolim" para se atirar no espelho d'água. O Itamaraty nega que tenha havido invasão.
No Congresso, um homem foi detido pela Polícia Legislativa depois de furar o bloqueio policial e entrar no prédio. De acordo com a polícia, o homem preso tem cerca de 30 anos e poderá ser autuado por crime de desobediência.
Fogo em tenda e pedra na Catedral
Os manifestantes queimaram cartazes e faixas durante protesto em frente ao Congresso. Eles chegaram a colocar fogo em cones de sinalização de trânsito, logo após a tentativa de invasão ao Itamaraty.
Um grupo de pessoas ateou fogo em entulhos, cones, cartazes em uma caçamba de e em uma tenda que estavam próximas ao prédio da Ministério do Trabalho. Os bombeiros foram impedidos de conter o fogo. Os participantes do protesto começaram a gritar "deixa queimar". As chamas atingiram a rede elétrica.
O policiamento demorou cerca de uma hora para chegar ao local. Enquanto isso, os manifestantes jogaram madeira para aumentar o incêndio. Algumas pessoas começaram a destruir uma cerca de metal no local.
Os manifestantes também arrancaram algumas bandeiras que ficam nos mastros instalados na Alameda dos Estados. Um vitral da Catedral Metropolitana ficou trincado depois que um participante do protesto arremessou uma pedra contra o templo.
Por volta das 23h45, os policiais militares começaram a deixar o Congresso Nacional.
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