O
procurador-regional da República, Fábio George Cruz, disse que a
corrupção no Nordeste é quase que total e por isso o Ministério Público
Federal decidiu priorizar o combate aos desvios de verbas públicas.
Hoje, onze prefeitos paraibanos respondem criminalmente no Tribunal
Regional Federal da 5ª Região (TRF 5), em função do foro privilegiado.
Alguns prefeitos, inclusive, respondem a mais de um processo.
“Há
nos estados do Nordeste uma situação de corrupção quase generalizada. O
volume de recursos públicos desviados é enorme, especialmente nas áreas
de saúde, educação e assistência social. A atuação do MPF é fundamental
para reverter esse quadro, já que a maioria dos municípios da região
não sobrevive de arrecadação própria e essas três áreas dependem de
recursos federais para funcionar”, explicou o procurador regional.
Atualmente,
15 processos envolvendo onze prefeitos paraibanos tramitam no TRF 5:
José Vieira da Silva (Marizópolis), Antônio Carlos Cavalcanti Lopes
(Coremas), José Ademir Pereira de Morais (Santa Luzia), Francisco Duarte
Silva Neto (Sumé), Sebastião Alberto Cândido Cruz (Solânea) e José
Ivaldo de Moraes (Várzea). Alguns prefeitos respondem a mais de um
processo e há, ainda, cinco processos que seguem em segredo de justiça.
Outras ações penais envolvendo prefeitos começaram a tramitar na
Procuradoria Regional da República da 5ª Região, mas os denunciados
perderam a prerrogativa de foro e os processos "desceram" para a Justiça
Federal na Paraíba.
O
desembargador federal Edilson Pereira Nobre Júnior pediu pauta para
julgar o prefeito de Marizópolis, José Vieira da Silva, e a ex-prefeita
Alexciana Vieira Braga. Eles foram denunciados pelo Ministério Público
Federal por fraudar uma licitação e desviar quase R$ 30 mil destinados à
construção de sistema de esgotamento sanitário.
O
procurador Fábio George ressaltou a dificuldade de punição dos
prefeitos que perdem a prerrogativa de foro com o fim dos mandatos.
Isso, segundo o procurador, atrasa o julgamento final.
Segundo
ele, cerca de 80% dos municípios na região, ou seja, quatro entre
cinco, estão envolvidos em malversação dos recursos públicos, e pelo
menos 25% dos recursos para educação que são enviados pela União para o
Nordeste não são usados para os fins a que se destinam. “R$ 1 de cada R$
4 desses programas não são devidamente aplicados e os gestores não
dizem para onde foi o recurso”.
@folhadosertao
com jornaldaparaiba
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