
O que a Polícia Federal está buscando são novas evidências de um esquema que pode ter desviado mais de R$ 100 milhões do programa Minha Casa, Minha Vida.
A investigação da PF foi deflagrada depois que o jornal O Globo denunciou, em 17 de abril, que ex-servidores do Ministério das Cidades fraudavam o programa federal.
No centro da denúncia está uma empresa chamada RCA Assessoria, que tem sede em uma casa modesta, em um bairro nobre da Zona Sul de São Paulo. A Polícia Federal esteve no local nesta quarta-feira (17) fazendo busca e apreensão de documentos e arquivos de computador.
E os policiais descobriram que o local é também o endereço de outras três empresas, que, segundo a investigação, seriam de fachada e teriam sido abertas apenas para receber o dinheiro público desviado.
A RCA atuava como correspondente bancário de instituições financeiras autorizadas a repassar verbas para a construção de casas populares.
Dois dos três sócios da RCA denunciados por O Globo trabalharam no Ministério das Cidades: Daniel Vital Nolasco foi diretor de produção habitacional e José Iran Alves dos Santos foi garçom no ministério. O terceiro sócio é Carlos Roberto de Luna.
Depois de dois meses de investigação, a PF diz que há indícios de que os ex-servidores usavam a influência no ministério para cobrar por serviços inexistentes e receber uma espécie de pedágio de construtoras que atendiam o programa.
“Nós temos informações de que casas foram construídas, outras tiveram inicio da construção e outras sequer saíram do chão”, afirmou Rodrigo Sanfurgo, delegado da PF.
Segundo o jornal O Globo, em um processo na Justiça em São Paulo, Daniel Nolasco, sócio da RCA, é acusado de usar senhas de servidores do Ministério das Cidades para obter informações sigilosas sobre o programa. Isso depois dele deixar o ministério.
“Nós estamos determinando a abertura de um processo administrativo disciplinar, que irá configurar as possíveis irregularidades na relação dos ex-servidores, e, a partir daí, enquadrada essa situação, serão penalizados na forma da lei”, disse Aguinaldo Ribeiro, ministro das Cidades.
Em nota, a RCA negou as denúncias. E declarou que todas as obras acompanhadas pela empresa cumpriram os prazos de execução.
Paraíba Urgente
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