Por meio do Facebook, um grupo
intitulado "Ocupa a Rede Globo" marcou para esta quarta-feira protestos
em frente às sedes da empresa de comunicação e afiliadas da emissora a
partir das 18h. Segundo o movimento, que foi replicado pelo
AnonymousBrasil, as manifestações estão confirmadas em ao menos quatro
cidades: Rio de Janeiro, São Paulo, Porto Alegre e Recife.
"Durante décadas sendo apunhalados pelas costas. É hora de mostrar quem
tem o poder nas mãos. O gigante acordou, e irritado! Hoje, 18h, 1º Ato
Nacional Ocupa a Rede Globo", diz o grupo no Facebook. Até o momento,
mais de 63 mil pessoas curtiram a chamada para o protesto, mas não é
possível precisar o número de manifestantes para os atos.
Protestos contra tarifas mobilizam população e desafiam governos de todo
o País
Mobilizados contra o aumento das tarifas de transporte público nas
grandes cidades brasileiras, grupos de ativistas organizaram protestos
para pedir a redução dos preços e maior qualidade dos serviços públicos
prestados à população. Estes atos ganharam corpo e expressão nacional,
dilatando-se gradualmente em uma onda de protestos e levando dezenas de
milhares de pessoas às ruas com uma agenda de reivindicações ampla e com
um significado ainda não plenamente compreendido.
A mobilização começou em Porto Alegre, quando, entre março e abril,
milhares de manifestantes agruparam-se em frente à Prefeitura para
protestar contra o recente aumento do preço das passagens de ônibus; a
mobilização surtiu efeito, e o aumento foi temporariamente revogado.
Poucos meses depois, o mesmo movimento se gestou em São Paulo, onde
sucessivas mobilizações atraíram milhares às ruas; o maior episódio
ocorreu no dia 13 de junho, quando um imenso ato público acabou em
violentos confrontos com a polícia.
O grandeza do protesto e a violência dos confrontos expandiu a pauta
para todo o País. Foi assim que, no dia 17 de junho, o Brasil viveu o
que foi visto como uma das maiores jornadas populares dos últimos 20
anos. Motivados contra os aumentos do preço dos transportes, mas também
já inflamados por diversas outras bandeiras, tais como a realização da
Copa do Mundo de 2014, a nação viveu uma noite de mobilização e
confrontos em São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba, Salvador, Fortaleza,
Porto Alegre e Brasília.
A onda de protestos mobiliza o debate do País e levanta um amálgama de
questionamentos sobre objetivos, rumos, pautas e significados de um
movimento popular singular na história brasileira desde a restauração do
regime democrático em 1985. A revogação dos aumentos das passagens já é
um dos resultados obtidos em São Paulo e outras cidades, mas o
movimento não deve parar por aí. “Essas vozes precisam ser ouvidas”,
disse a presidente Dilma Rousseff, ela própria e seu governo alvos de
críticas.
Uol
Nenhum comentário:
Postar um comentário