Três
manifestações marcaram a quarta-feira (27) na Paraíba. Para esta
quinta-feira (28) está agendada uma nova manifestação pelas ruas de João
Pessoa. Os organizadores esperam a presença de mais de 10 mil pessoas. O
movimento 'João Pessoa, avante' é o mesmo que convocou os protestos da
semana passada que, segundo os cálculos da própria Polícia Militar,
reuniram mais de 20 mil pessoas.
Nesta quarta, em Campina
Grande (a 122 quilômetros da Capital) e em Mamanguape (no Litoral Norte
do Estado, a 62 quilômetros de João Pessoa) houve tensão.
Na
segunda maior da cidade paraibana os manifestantes ocuparam o gabinete
do prefeito Romero Rodrigues (PSDB). Cerca de 300 manifestantes ocuparam
as ruas de Campina Grande durante o 5º ato de protestos contra o preço
da tarifa de ônibus. Depois de pular os muros do gabinete, eles pediram a
presença do prefeito para dialogar sobre o preço das passagens, que a
partir da próxima segunda-feira pode sofrer uma redução de R$ 0,10,
caindo para R$ 2,10, caso seja aprovado nesta quinta pela Câmara
Municipal.
Indignados com a ausência do prefeito, os
manifestantes tentaram retirar a bandeira do Brasil e trocaram a
bandeira de Campina Grande por uma flâmula negra que estava hasteada no
pátio do gabinete.
Antes de chegar ao gabinete, os manifestantes
amedrontaram comerciantes e clientes do centro da cidade, ameaçando
invadir as lojas caso elas não fossem fechadas. “A gente não pode sequer
terminar nossas compras. Estamos sendo tratados agressivamente pelos
manifestantes”, acusou a professora Zenilda Batista. Depois eles
seguiram em marcha para o Terminal de Integração, onde paralisaram o
tráfego de veículos e picharam as colunas do terminal.
Nesta
quinta-feira (27) um novo protesto está marcado na Câmara Municipal de
Campina Grande, a partir das 14h. No momento, os parlamentares deverão
estar votando, em sessão extraordinária, a redução de R$ 0,10 no valor
da tarifa de ônibus, anunciada pelo prefeito Romero Rodrigues na última
quinta-feira, dia 20.
Apesar do tratamento hostil de um grupo que
estava infiltrado entre os manifestantes, os organizadores reiteraram
que o ato teve um caráter pacífico. “Queremos passe livre e o fim da
gestão pactuada. Serviços públicos devem ser gratuitos, devem ser do
povo. Nada foi agressivo. Assumimos uma postura que deveríamos ter
assumido no dia 20. Ocupamos a integração e ocupamos a prefeitura,
porque isso aqui é do povo. Então se é do povo, o povo tem todo o
direito de estar aqui dentro. Esperamos que o prefeito escute o povo”,
disse o manifestante Rafael Gonçalves, que armou no jardim do gabinete
para aguardar a presença do prefeito.
Já na Capital cerca de 100
manifestantes compareceram ao protesto contra as PEC's 33 e 37. Na na
página oficial do evento no Facebook, no entanto, mais de 14 mil pessoas
haviam confirmado participação. O protesto deu início à concentração
por volta das 15h00. Algumas lojas do centro de João Pessoa fecharam
suas portas. Os próprios organizadores do movimento reconheceram que o
jogo do Brasil contra o Uruguai, pela semifinal da Copa das
confederações, atrapalhou a convocação.
No município de
Mamanguape,os protestos interditaram a rodovia BR-101, à altura do
quilômetro 41. Eles queimaram pneus no meio da pista e o tráfego ficou
interrompido por mais de três horas. O protesto interditou a rodovia em
cima do viaduto que dá acesso àquela cidade.
De acordo com o
patrulheiro Anderson Poddis, da Polícia Rodoviária Federal, cerca de 200
manifestantes impediram a passagem de veículos no acesso à cidade de
Natal, estado vizinho do Rio Grande do Norte.
O protesto durou cerca de 2 horas e 40 minutos e o congestionamento chegou a 2,5 quilômetros nos dois sentidos da rodovia.
O
protesto começou por volta das 16h desta quarta, no centro da cidade e
se estendeu para a saída de Mamanguape. Dentre as reinvindicações, as
pessoas cobraram melhorias nas áreas de saúde, educação, além de
protestarem contra o sucateamento da maternidade local e contra a falta
de água por parte da Companhia de Água e Esgotos da Paraíba (Cagepa).
O
protesto agendado para acontecer em João Pessoa nesta quinta deve
antecipar o fechamento de lojas, bares e restaurantes no Centro da
cidade. A Câmara de Dirigentes Lojistas orientou os comerciantes a
fechar as portas às 15 horas. Em nota, a CDL adverte que medida
dificulta a ação de “pessoas mal intencionadas” que estejam entre os
manifestantes.
O Shopping Tambiá, que fica no centro da Capital,
já anunciou que segue a orientação da CDL e fecha suas portas às 14h00.
A Casa da Cidadania de Tambiá funciona até o mesmo horário, nesta
quinta, acompanhando o fechamento do shopping.
As Casas da
Cidadania de João Pessoa (Jaguaribe, Mangabeira e Manaíra) funcionam
normalmente atendendo a população com serviços diversos na área de
documentos, telefonia, registros de ocorrência, Detran, Cagepa, entre
outros.
Em toda a Paraíba existem nove Casas da Cidadania
que, no ano passado, atenderam juntas a mais de 1,8 milhões de pessoas.
Em Jaguaribe, no mesmo período, foram registrados 681.991 atendimentos.
Portal Correio
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