O Ministério Público da Paraíba (MPPB) está investigando a existência
de ‘funcionários fantasmas’ na Câmara Municipal de Itabaiana (cidade
localizada a 68 km de João Pessoa), depois que uma doméstica denunciou
que estava lotada no Legislativo local desde 2009, mesmo sem nunca ter
exercido o cargo de assistente parlamentar. A doméstica descobriu que na
Caixa Econômica Federal consta um empréstimo consignado em seu nome.
De
acordo com a promotora do Patrimônio Público, Rhomeika Porto, o caso
veio à tona há três semanas quando o presidente da Câmara Municipal,
Weligson Chaves da Fonseca, acompanhado de um amigo foi até a residência
da doméstica Adriana Cristina para ela assinar uns documentos
autorizando a liberação de um empréstimo de pouco mais de R$ 5.500 na
agência local da Caixa Econômica Federal.
“A doméstica disse
que chegou um documento informando que ela teria que ir até a Caixa
assinar os papéis para o empréstimo ser liberado, conforme tinha direito
porque era assistente parlamentar da Câmara. Ela não assinou e horas
depois, o presidente da Câmara e um amigo foram até a casa dela pedindo
para ela assinar porque o dinheiro seria para um homem [não revelou o
nome] viajar ao Rio de Janeiro”, disse a promotora.
Porto
adiantou que já foi constatado que a doméstica não estava sendo
beneficiada pelo dinheiro que, em tese, recebia mensalmente como
assessora parlamentar. “Uma pessoa recebia em nome dela o valor de um
salário mínimo todo mês. Desde janeiro de 2009 que as irregularidades
vêm ocorrendo na Câmara da cidade”, disse.
A promotora já
requisitou imagens do circuito interno de câmeras do Banco do Brasil da
cidade (instituição onde os servidores recebem o pagamento dos
contracheques) para confirmar quem ficava, ao longo dos anos, com o
dinheiro em nome da suposta assessora parlamentar. “Requeri ao gerente
as imagens e vou saber quem estava sendo beneficiado o dinheiro público
de forma irregular. Eu já encaminhei ofício ao presidente da Câmara para
ele me informar em que gabinete Adriana Cristina de Oliveira, mas até o
momento, não recebi respostas”, contou.
De acordo com
Rhomeika Porto, caso sejam servidores públicos ou vereadores, as pessoas
envolvidas no crime deverão responder por improbidade administrativa.
“De cara, a gente já detecta a improbidade administrativa. Mas, ao longo
das investigações, as pessoas envolvidas podem responder a outros
crimes. Daí, um inquérito civil e criminal será aberto e as pessoas vão
responder pelos atos ilícitos”, observou.
Em contato com o Portal Correio,
o presidente da Câmara informou que a suposta servidora está lotada no
gabinete do vereador Ailson Pereira, conhecido como “Baiaco”, mas, que
será exonerada do cargo.
“Uma sindicância será aberta
para investigar a irregularidade no gabinete do vereador. Jamais ia
concordar com irregularidades dentro do Legislativo”, disse Weligson
Chaves.
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