O pesquisador Pedro
Gama, da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), disse
que as consequências da seca podem perdurar por muito tempo depois, pois
após o período da seca chegará a vez dos agricultores e criadores
tentarem recuperar o que foi perdido, o que nem sempre é possível.
“Isso geralmente leva anos. Ninguém consegue repor o rebanho de um mês para o outro”, afirmou o pesquisador.
“Isso geralmente leva anos. Ninguém consegue repor o rebanho de um mês para o outro”, afirmou o pesquisador.
No Semiárido nordestino,
conforme Gama, a produção de leite foi reduzida a 1/3 do que era obtido
antes, o que representa uma queda brusca na renda de centenas de
famílias.
Houve redução também no efetivo bovino. “Isso se deu não apenas pela morte dos animais, como também pelo abate”, explicou.
“Podemos dizer que houve
uma sangria muito forte desse rebanho”, completou. Segundo ele, a
categoria mais afetada foi a de bovinos, seguida dos ovinos e, em menor
proporção, a de caprinos.
O pesquisador também
apontou a morte das pastagens como outro problema sério, que leva tempo
para ser recuperado. “Em muitos campos a pastagem precisa ser
completamente reimplantada”, disse. “As consequências da seca variam
dependendo de quem a observa. O meteorologista e o homem do campo têm
conceitos distintos sobre a estiagem, porque cada qual a analisa
conforme sua realidade”, explicou.
De acordo com Gama, o
grande problema da seca no Nordeste é a falta de investimento
permanente. “Se o Nordeste tivesse programas consistentes de convivência
com a seca, o impacto não seria tão forte. Seria preciso a implantação
de programas de apoio a atividades produtivas, a exemplo da agricultura
irrigada, que de certa forma apresentou êxito”, comentou.
Iniciativas como o Bolsa
Família e abastecimento por carros-pipa são, segundo o pesquisador,
medidas emergenciais que não resolvem, apenas amenizam a situação das
famílias que sentem os efeitos da seca. “Também é necessário o
investimento hídrico e novas pesquisas para buscar novas alternativas
econômicas”, considerou. “O mais indicado seria uma combinação de
fatores, e não medidas isoladas”, disse.
JP-Online
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