terça-feira, 30 de abril de 2013

Real Madrid vence Borussia, mas fica no quase

Real Madrid ficou a apenas um gol de conseguir reverter placar e garantir classificação / Javier Soriano/AFP
Real perde gols, reage, mas Borussia segura vantagem e avança à decisão
Merengues conseguem marcar duas vezes no fim, mas sentem falta das chances desperdiçadas no 1º tempo. Cristiano Ronaldo tem noite apagada
O sonho da "décima" terá novamente de ser adiado. Diante de um caminhão de gols perdidos no primeiro tempo, o Real Madrid marcou duas vezes no fim e quase, mas quase conseguiu o milagre que o classificaria à final da Liga dos Campeões.
 Os merengues esbarraram num Borussia aguerrido, dono de boa atuação apesar da derrota por 2 a 0, e que no fim fizeram merecida festa no Santiago Bernabéu, nesta terça-feira. Após o polonês Robert Lewandowski anotar todos os quatro gols nos 4 a 1 no primeiro jogo da semifinal, há uma semana, os tentos de Benzema, aos 36, e Sergio Ramos, aos 42 minutos da etapa final, acabaram insuficientes. Pela segunda vez em sua história, o Borussia está numa decisão da Champions. O campeão da edição de 1996/1997 conhecerá conhecerá o seu adversário do dia 25 de maio, em Wembley, nesta quarta-feira. Ele será muito provavelmente o rival Bayern de Munique, que abriu uma vantagem de 4 a 0 sobre o Barcelona na Allianz Arena. 
Torcida merengue faz sua parte
As escalações ilustravam as situações de cada um no Bernabéu. O Real, com três mudanças em relação ao time da última semana, mostrava por que deveria se dissociar dos 4 a 1 sofridos no Signal Iduna Park. Essien assumia a lateral, com Sergio Ramos voltando à zaga no lugar de Pepe. No meio, Di María voltava com Modric em sua retaguarda - e não Khedira -, numa opção claramente mais ofensiva. O Borussia? Era o mesmo.
Além da postura, os merengues realmente puderam se sentir em casa. Após impressionar com um bonito mosaico em alusão à taça da Liga dos Campeões, a torcida "comprou o barulho", digamos. Gritos, vaias, aplausos... Não era da boca para fora. Havia mesmo a crença na virada embalada pela frase eternizada por Juanito, centroavante ídolo do clube entre 1977 e 1987: "90 minutos no Bernabéu é muito tempo".
Real dá chance ao azar
Tempo, porém, que o Real não aproveitou. Até os 14 minutos, a equipe de José Mourinho seguiu o protocolo e criou ótimas oportunidades. Higuaín, aos quatro, foi o primeiro vilão da noite ao receber de Özil na grande área e chutar para a defesa de Weidenfeller com o pé direito. Aos oito, o alemão novamente deu bom passe, desta vez para Cristiano Ronaldo. A finalização saiu alta, sem direção.
Com basicamente todo o foco no contra-ataque, o Borussia esteve perto uma vez apenas de marcar. Foi aos 12, quando recebeu na grande área e concluiu para a defesa em dois tempos de Diego López. Nada comparado, por exemplo, ao que os aurinegros sofreriam praticamente na sequência. Aos 13, Cristiano Ronaldo recebeu ótimo lançamento, dominou no peito e emendou. Weidenfeller, de novo, evitou o gol. No minuto seguinte, Özil foi acionado por Higuaín e, inexplicavelmente, afinou quando esteve cara a cara com o goleiro alemão.
Para piorar a situação do Borussia, Götze pediu para ser substituído com dores musculares. Grosskreutz entrou com a missão de cuidar da parte defensiva. Aparentemente deu certo, já que dali em diante o Real nao conseguiria oferecer nenhum perigo aos alemães. O primeiro tempo ainda terminou com o Borussia assustando, aos 40, quando Piszczek cruzou e Kuba não conseguiu aproveitar.
Lewandowski carimba o travessão
O Borussia já mostrava a sua força, mas resolveu ir além no segundo tempo. Aos quatro, a chance para matar o confronto: Marco Reus escapou bem pelo meio e entregou para Lewandowski na grande área. O polonês fuzilou, mas a bola explodiu no travessão e quicou praticamente sobre a linha. Com sua equipe sem forças, Mourinho se viu obrigado a mexer: Kaká e Benzema foram a campo, mas o panorama pouco mudou.
Os visitantes por muito pouco não chegaram ao gols também aos 15 minutos. Reus avançou pela direita e rolou para Gündogan, sem marcação, na pequena área. Diego López voou e fez uma defesa milagrosa - contando com contribuição do volante, displicente no momento da conclusão.
Real faz dois e empolga
Na base do abafa, o Real tentou mostrar ao menos à torcida que estava lutando. Aos 21, Kaká avançou e deu passe para Di María, mas o cruzamento do argentino não saiu o ideal. Aos 25, Cristiano Ronaldo chutou por cima após troca de passes entre Kaká e Özil. O brasileiro apareceria com perigo também aos 26, quando completou cruzamento rente à trave de Weidenfeller.
De tanto insistir, o Real conseguiu motivos para acreditar na "remontada". Aos 36, Kaká rolou para Özil cruzar rasteiro da direita. A bola encontrou Benzema e depois as redes. A pressão se tornou insustentável aos 42. No bate e rebate, Benzema dominou na grande área e serviu Sergio Ramos. O zagueiro fuzilou para fazer o segundo.
Àquela altura o relógio era mais um que um adversário. Era uma barreira quase intransponível. O goleiro Diego López apareceu na grande área, o árbitro Howard Webb deixou o jogo seguir até os 51, mas o terceiro ficou no quase. Festa alemã no Bernabéu.
Não há remontada que resista a tantos gols perdidos. Num jogo como esse, perder gol é como fazer gol contra. Não tem nem como reclamar depois.


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