Um homem de
aproximadamente 80 anos está preso irregularmente no Ceará. Ele foi
preso na década de 1960, recebeu alvará de soltura em 1989, após ter a
pena extinta pela Justiça, embora permaneça em uma unidade prisional, o
Instituto Psiquiátrico Governador Stenio Gomes (IPGSG), em Itaitinga, na
Grande Fortaleza (RMF). O homem foi identificado durante o Mutirão
Carcerário que o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) realiza no Ceará
desde 7 de agosto.
“Acho que este
ser humano, em uma cadeira de rodas, usando fraldas, deve ser o preso
mais antigo do Brasil, pois a informação é de que ingressou no sistema
prisional na década de 60 do século passado”, afirmou o juiz Paulo
Augusto Irion, um dos coordenadores do Mutirão Carcerário do CNJ.
Segundo ele, outras cinco pessoas estão na mesma situação.
A CNJ faz o
mutirão iniciou em Fortaleza em 7 de agosto com o objetivo de avaliar as
condições de encarceramento no estado e verificar se há prisões
ilegais. A iniciativa é do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). O nome,
idade e motivo pelo qual o detento foi preso não foram revelados. A CNJ
afirma que vai procurar regularizar a situação dele.
“Nesse
instituto, me deparei com seis pessoas internadas que já tiveram
declaradas extintas as suas punibilidades, porém permanecem recolhidas
devido ao abandono dos familiares, acrescido ainda ao fato da ausência
de uma instituição hospitalar própria para abrigá-los. Essas pessoas não
mais poderiam permanecer no local, entre as que estão internadas em
decorrência da intervenção do Direito Penal. A situação dessas pessoas é
meramente de saúde, não mais de Direito Penal”, criticou o magistrado.
O juiz disse
ainda que o Instituto Psiquiátrico funciona em um prédio antigo, que
precisa de “urgentíssimas reformas estruturais”, como muitas unidades do
sistema carcerário do Ceará, inspecionadas pelo mutirão. As inspeções
de unidades prisionais em todo o estado seguirão até o dia 6 de
setembro, com o reexame de cerca de 18,6 mil processos de presos
condenados e provisórios. O objetivo é avaliar as condições de
encarceramento e garantir o atendimento aos direitos dos detentos.
Essa será a
terceira vez que o Ceará recebe o Mutirão Carcerário. A primeria
aconteceu em 2009 e a segunda em 2011. Na última visita, foram
examinados 6.500 processos e cerca de 1.200 presos foram soltos. Segundo
dados da Secretaria de Justiça do Estado, existem no Ceará, 19.665
presos.
G1
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