A saúde pública
regional é um drama baseado em muitos capítulos trágicos. Todos os dias,
a novela da vida real revela episódios lamentáveis, onde não há heróis e
os protagonistas morrem de verdade.
Se
os hospitais no Vale não estão devidamente equipados e adequados para o
atendimento de urgência, a dificuldade para remoção de pacientes
tornou-se um problema a mais depois da quebra de uma viatura do SAMU de
Itaporanga por falta de manutenção preventiva.
No
começo da madrugada desta segunda-feira, 8, uma parturiente deu entrada
no hospital de Itaporanga em trabalho de parto, mas, devido à gravidade
do caso, precisou ser removida: sem poder dispor do SAMU local, foi
necessário recorrer a Piancó, mas a viatura do Serviço de Atendimento
Móvel de Urgência demorou quatro horas para chegar, segundo familiares
da mulher, negligência que custou uma vida.
O
atraso na remoção da parturiente para um hospital de Campina Grande e a
longa viagem foram determinantes para selar um destino: na tarde desta
segunda-feira, a criança, que era prematura de seis meses, não resistiu.
O
menino, que se chamaria Leonardo, nasceu dentro da ambulância, antes de
chegar em Patos, e ainda resistiu até o hospital de Campina, foi
internado na UTI (Unidade de Terapia Intensiva), mas não sobreviveu.
Seria
o primeiro filho do jovem casal Clebson Wellington Sousa e Ana Cecília
Sousa, que reside em Itaporanga e já havia passado por uma perda antes
em função de complicação no parto, mas, desta vez, seus familiares
acreditam que foi a demora na remoção da grávida que determinou a morte
da criança. Nas redes sociais, parentes e amigos do casal lamentaram o
fato e se disseram revoltados com a precariedade dos serviços de saúde
pública.
No
sábado, 6, à noite, um jovem vítima de um acidente de moto em
Itaporanga também teve dificuldade para ser removido por causa do
problema mecânico da ambulância do SAMU local e precisou recorrer a
Piancó.
@folhadosertao
com folhadovali
*foto ilustrativa

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