quarta-feira, 5 de junho de 2013

Juizado tem mais de 3 mil ações de violência contra a mulher na Paraíba


Inaugurado há apenas um ano e meio, o Juizado de Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher na Paraíba já registra números alarmantes, desde a inauguração em janeiro 2012 até agora, um total de 1.236 processos já foram julgados e outras 3.067 ações estão aguardando julgamento, passando pelas fases de audiência e coletas de provas. Antes de seguirem para o Juizado, onde são analisados, os casos passam pela Delegacia da Mulher.

Nesse mesmo período, de janeiro de 2012 até agora, a Delegacia da Mulher e o Ministério Público do Estado já ofereceram 664 denúncias de violência doméstica. Para a juíza Rita de Cássia Andrade, responsável pelo juizado, a demanda surpreende.
“Mesmo se tratando que aqui não tem processos que tiveram origem aqui, foram processos também que foram carreados de outras varas, mas dado o contingente, o número que já foram julgados, eu acredito que realmente é uma demanda muito grande, em relação ao tipo de crime que a gente julga e afora aqueles que vêm acontecendo, e que são de competência do Tribunal do Júri”, explicou a juíza.
Em apenas nove dias, três casos de violência contra a mulher foram registrados no Estado. Na manhã desta segunda-feira (3) uma dona de casa de 30 anos foi encontrada morta, na mata do Jacarapé com sinais de asfixia. De acordo com parentes da vítima, o seu companheiro seria o principal suspeito do assassinato.
Na Sexta-feira (31) a garota de programa Natália Clementino Costa, de 25 anos, foi encontrada morta dentro de um carro no bairro Jardim Aeroclube, área nobre da capital paraibana, a jovem estava semi-nua e o corpo apresentava sinais de violência sexual.
No sábado 25 de maio, o corpo de uma dona de casa de 37 anos, foi encontrado enterrado no quintal da própria casa, no município de Pedras de Fogo, que fica a 52 quilômetros da capital João Pessoa. O marido da vítima é o suspeito de ter assassinado a mulher e enterrado o corpo.
Dados do Centro da Mulher 8 de Março, mostram que este ano 35 mulheres já foram assassinadas, vítimas de violência doméstica aqui na Paraíba. De janeiro até agora, também aconteceram 29 tentativas de homicídio.Das 127 mulheres executadas em 2012 no Estado, 50 casos foram por violência doméstica e familiar. O centro que funciona como organização não governamental há 23 anos, luta pela defesa dos direitos da mulher, acolhe vítimas, encaminha denúncias e dá apoio físico e psicológico para mulheres que sofreram algum tipo de abuso.
“A mulher quando procura um local desse, como o Centro da Mulher 8 de Março, ela vem transtornada, ela vem totalmente transtornada, devido a violência que ela sofre, então quando ela chega aqui, ela encontra esse abrigo, esse acolhimento de todas nós, é aí que nós entendemos que nosso trabalho vale a pena”,  disse Irene Marinheiro , coordenadora do Centro da Mulher 8 de Março.


G1PB

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